3/30/2006

PARI... QUÊ???

Está em discussão na assembleia da república a lei da paridade. Não! Não é mandá-los para a puta que os pariu! Trata-se de estabelecer cotas mínimas de mulheres com tachos no poleiro.
A Rosarinho, mal disposta com o atraso da menstruação, já anda para aqui a dizer que tanto se lhe dá como deu, porque aquela merda vai continuar o mesmo com as cunhas e o jogo de influências do costume, por isso nem ela nem eu, apesar de sermos muito mulheres sim senhora, vamos finalmente ter direito ao tacho que tanto merecemos.
É tao malcriada a rapariga que chegou mesmo a dizer à frente dos clientes que tanto lhe faz que sejam os broncos habituais a viver à nossa pala como as galdérias das mulheres deles.
Claro que tive logo que a repreender, pois não se falta assim ao respeito a uma instituição tão importante e séria como a assembleia! Era o que faltava!

3/28/2006

AINDA DIZEM QUE OS PORTUGUESES NÃO SÃO CRIATIVOS



A Rádio Altitude da Guarda apelou aos habitantes da cidade para colocarem fraldas nas viaturas, janelas ou varandas, numa campanha em defesa da maternidade local, anunciou hoje o director da estação, Rui Isidro.

Como aqui o pessoal da padaria não percebeu bem a lógica da iniciativa, ou seja, a possível relação causa-efeito, congratula-se com o facto de nenhum dos seus elementos morar na cidade da Guarda, uma vez que considera bem provável que o bem-intencionado cidadão, insuficientemente esclarecido, possa deduzir que:

a) Por uma questão de poupança, devam ser utilizadas fraldas já usadas;
b) Quem não tenha bebés em casa possa usar, em alternativa, produtos similares como pensos higiénicos, tampões ou calcinha Tena Lady.

A imagem que acompanha o post não tem nada a ver com o assunto e tem apenas como objectivo incentivar o pessoal da Guarda a encher as maternidades, demonstrando dessa forma a sua utilidade. Serve também para animar um bocado o ambiente aqui no estabelecimento pois este tem andado mortito… deve ser por causa do IRS…

3/27/2006

UM NOVO BEST-SELLER


Não sabemos se foi ideia dele e até já fizemos aqui apostas na padaria. A Rosarinho, rapariga sempre cheia de boa vontade, aposta que sim. Eu cá digo que alguém lhe soprou que fazer uma coisa inteligente de vez em quando é capaz de cair bem.
A verdade é que num futuro próximo a consulta do Diário da República online passa a ser gratuita, o que faz todo o sentido tendo em conta aquele princípio do direito que alguém inventou para daí lavar as mãos e que determina que o desconhecimento da lei não justifica o seu incumprimento. Ou seja, até agora era um tal malhar na cambada que fazia as leis, nos obrigava a cumpri-las e logo a seguir nos pedia dinheiro se as queríamos ler. Agora deixa de haver essa grande oportunidade para cascar nos gajos, mas nada de desanimar, eles fazem merda todos os dias, outras chances surgirão num “ai”.
Também já ouvimos dizer à boca pequena que o governo vai contratar umas “piquenas” para andarem assim tipo testemunhas de Jeová de porta em porta a incentivar a leitura do DR – “Desculpe incomodar mas… já ouviu a palavra de deus? Já? Então agora leia esta.”
Outra novidade é que o DR vai passar a sair em edição de papel (paga) mas com capa colorida, fotos da Pimpinha e da Cinha e dessas gajas todas e sempre com brindes (sacos de praia, chinelas, óculos de sol etc) para não perder os assinantes.
Além disto tudo, todas as semanas vai ser contratado um grande vulto da cultura portuguesa para escrever uma crónica de interesse geral. Consta que já foram contactadas a dita Pimpinha, Emanuel, Quim Barreiros e outros. A Rosarinho, convém dizer aqui, está amuada por não ter recebido convite.
O DR vai também passar a trazer amostras de perfumes, pensos higiénicos e lencinhos de papel.
Pensou-se em publicar concursos, mas a ideia foi abandonada porque isso já se faz há imenso tempo, com o pequeno “senão” de em todos já se saber de antemão quem vai ser o feliz contemplado, pormenor de somenos importância.
Finalmente, as nossas fontes informaram-nos que Manoel de Oliveira está já a realizar uma longa metragem baseada nas excitantes peripécias publicadas no DR, que terá a duração de cerca de 74 horas e 12 minutos.

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3/24/2006

A TÉCNICA DA NHANHA E OUTROS SEGREDOS ANCESTRAIS


Estava eu de manhã numa pastelaria da concorrência a tomar o meu cafezito quando comecei a cuscar a conversa de quatro senhoras na mesa ao lado.
O tema da conversa era culinária e pude observar que uma das intervenientes desvendava às restantes os segredos da confecção de determinada receita. A certa altura ouvi-a dizer:
- Mistura-se os ovos batidos em nhanha. Mas têm que ser batidos em nhanha!
E qual não foi o meu espanto ao constatar que as outras, ao invés de mostrarem surpresa, acenaram afirmativamente com a cabeça como se nada fosse. Mais ainda, como se estivessem a declarar – “Bater ovos em nhanha? Claro que sei bater ovos em nhanha! Até de olhos fechados e a fazer o pino consigo bater ovos em nhanha! Antes de nascer já dominava de cor e salteado as técnicas e as teorias avançadas dos ovos batidos em nhanha!” – e além disso, o ar sério com que falavam naquilo assemelhava-se ao ambiente duma conferência sobre as remissões proustianas às questões da poesia.
É nestas alturas que me sinto excluída do universo feminino!...

3/23/2006

E COMO JÁ NÃO FAÇO ISTO HÁ MUITO TEMPO

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Sai um ponto nos cacetes 2006 para o primeiro que adivinhar o título deste quadro e o nome do autor.

3/22/2006

PORQUE ELE HÁ COISAS QUE NIGUÉM ENTENDE



Para mim é um dos mistérios mais giros da Internet.
Quando tentamos entrar num daqueles sites só para maiores de xix idade, regra geral somos confrontados com um aviso sobre normas legais em vigor em diversos países e blá-blá-blá-blá.
A seguir uma pergunta: Are you sure you are over “xix”?
E duas opções para clicar: Yes e No

Aqui pode distinguir-se várias espécies de utilizador:

O de consciência pesada, que mesmo que já tenha ultrapassado os 124 anos de idade sente aquilo como uma transgressão, olha para todos os lados para se certificar que ninguém está a ver e clica no Yes com suores frios na testa, certo de que logo de seguida lhe entrará uma brigada da Judiciária pela porta dentro de rompante.

O exageradamente racional, que depois de clicar no Yes e entrar no site na boa, fica a pensar para que raio é aquele circo todo se não está lá ninguém para te pedir o bilhete de identidade e se irrita levemente com aquilo.

O impaciente, que pensa “F*da-se! Lá vem a p*ta da pergunta!”, carrega no Yes e fica ali a stressar durante os 4 segundos que demora a abrir a página.

O puto, que nem dá pela pergunta porque na verdade nunca pensou nela. Aquilo já vem de fabrico, tal como o teclado e o rato.

O filósofo, que fica ali uns 10 segundos a reflectir sobre as possíveis certezas da vida e depois clica no Yes.

E podia haver ainda outra categoria, mas na verdade ninguém clica no “No”.

3/21/2006

UMA IDEIA BRILHANTE COMO O CARAÇAS

I had a dream!... E vou propor à TVI a materialização da minha ideia. Vai daí, vou partilhar convosco, mas não ma roubem!
Vai ser uma série de episódios, assim tipo Hill Street Blues mas para melhor.
A acção decorre na esquadra duma qualquer polícia municipal duma cidade imaginária que se vai chamar qualquer coisa de cima ou de baixo (essa parte ainda está em estudo). O papel principal vai ser desempenhado pelo Nicolau Breyner, na pele de um polícia quase na reforma que vai ter de acompanhar um outro polícia novato e bom gestor de carreira, contra a sua vontade. Esta parte é totalmente original pois nunca ninguém se lembrou de fazer isto e nem o Nicolau alguma vez na vida teve oportunidade de desempenhar tal papel. O acompanhante novato é conhecido do presidente da junta e tem uma deficiência na fala porque emigrou muito novo para a Venezuela.
E agora é que vem a grande inovação da série: os dois polícias costumam comer hambúrgueres dentro do carro enquanto dizem um para o outro que não deviam fazer aquilo porque estão de serviço. De repente aparece o suspeito, que tinha ido à modista ou ao WC, e eles têm que largar os hambúrgueres para iniciar uma perseguição.
Mas a grande, grande dose de adrenalina será dada pelo próprio argumento dos vários episódios, recheados de acção, suspense e mistério. Ainda não fizemos o guião para todos mas já temos alguns, cuja sinopse é a seguinte:

EPISÓDIO 1: A polícia municipal consegue deter uma velhinha que vende algodão doce e pipocas na via pública sem a respectiva licença, pondo em risco a vida de tantos cidadãos inocentes.
EPISÓDIO 2: A polícia municipal, após duras e perigosas investigações, põe fim a um gang que estacionava carros durante duas horas seguidas e até mais, tirando apenas tiquet para 25 minutos.
EPISÓDIO 3: A polícia municipal consegue deter a acção nefasta de alguns malfeitores que, tendo licença de porta aberta até às duas de manhã, às duas e cinco ainda estavam a servir cafés e águas das pedras.

E pronto, são só estes os episódios que temos prontos até agora, mas já estamos a trabalhar afincadamente nos restantes. Aceita-se ideias, para mais episódios e para o título da série.
Obrigada.

NOTA DA GERÊNCIA: Qualquer semelhança entre esta corporação imaginária e outra que exista na realidade, terá sido pura coincidência.

3/20/2006

«Abre-te, primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia/ ...»

Miguel Torga

Olá queridos olá! Hoje tenho um voto de apoio e uma preocupação.

O meu voto de apoio vai para Marques Mendes, que no Congresso do PSD deste fim-de-semana se deixou finalmente de merdas que não interessam a ninguém e resolveu abraçar uma causa que a malta compreende: as directas. Cito os jornalistas, “Marques Mendes é um indefectível defensor e entusiasta das directas” e, acrescento eu, teve a coragem de o assumir no congresso de um dos maiores partidos deste país. É assim mesmo! Qual recuperação da economia, qual oposição construtiva, qual quê, já se sabe que isso é tudo conversa de chacha que só serve para encher entre os intervalos (que é quando eles vão para o bar meter umas mines e falar de gaijas), e que eles próprios se estão a cagar para o que dizem. A malta precisa é de cenas que a animem, que de tretas deprimentes já temos que chegue! Queremos copos, farra, curte! E eu digo mais, estou com o Marques e para a próxima, se ele se mantiver nesta linha de pensamento, voto nele! Directas, desde que não seja aqui na padaria a amassar e a cozer, é comigo! E escusam de vir com conversas maldosas dizer que o bacano ainda é muito “pequenino” para essas coisas! Suas víboras!

A minha preocupação é com a saúde dos portugueses. E não, não é a gripe das aves, que por aqui sempre andaram aves raras a espirrar e a mandar postas de pescada por todo o lado e nunca houve crise. A minha preocupação é mais com o estado de saúde dos intestinos dos portugueses. Vocês já viram, queridos clientes, a quantidade de gente (famosa ou não) que vem todos os dias para a televisão no intervalo das novelas confessar publicamente que sofre de prisão de ventre e que se não fossem aquelas mistelas à base de casei não sei quantas e bífidus coiso e tal, se viam à rasquinha todos os dias? Desde a Fátima Lopes até àquela doutora nutricionista estrábica (aquela cara de parva, meus caros, só pode ser fruto de muita dor de barriga, coitadinha!) não há ninguém que consiga ir à casinha e despachar-se sem crise, o que no fim de contas também acaba por ser nefasto para a economia nacional, porque no tempo que esse pessoal passa na retrete a fazer força podia muito bem estar a cavar batatas, a lavar escadas ou a amassar cacetes! Isto já para não falar num outro prisma para a mesma questão: Aqueles infelizes devem, de facto, sofrer horrores todos os dias, pois eu não consigo imaginar outro motivo para uma pessoa passar pela humilhação de vir a público todos os dias gritar aos quatro ventos que se vê à rasquinha para cagar. Por outro lado, meus amores, quando aqueles produtos começarem a fazer efeito, qual será o resultado? Haverá um desastre ambiental em grande escala neste país? Deixo aqui esta questão para que reflictam.

E fiquem, como sempre, com uma beijoca da vossa

Rosarinho

3/16/2006

AUTOMÓVEIS, PILAS E COMPETÊNCIAS VÁRIAS


Hoje de manhã, quando me dirigia para o emprego mais o meu belo carrinho, deparei com uma fila de carros numa rua habitualmente sossegada. Nada de dramático, no entanto.
Quando finalmente a via ficou desimpedida e pudemos avançar, constatei que o causador do embaraço tinha sido um condutor, do sexo masculino e dos seus trinta e picos, que afanosamente tentava estacionar num lugar que dava quase para dois carros do tamanho do que ele conduzia, batendo invariavelmente no passeio e repetindo a manobra muito devagarinho para a seguir voltar a bater.
“Muito bem, muito bem!” – pensou aqui a vossa padeira – “Se fosse eu ou a Rosarinho a fazer esta figura não havia de faltar marmanjões a mandar a boca: Tinha que ser! É uma gaja!”
De qualquer modo, esta é uma primeira leitura da situação, apressada e carregada de preconceitos anti-machistas que já nos estão entranhados desde o tempo em que Jesus Cristo fez concurso para pessoal e só escolheu homens de qualificação duvidosa.
Porque eles, coitados, andam desnorteados desde que começaram a ser fintados nos empregos por criaturas com melhores pernas, e só precisam de alguém que lhes faça sentir que, pelo menos, conduzem melhor.
Numa próxima oportunidade falaremos das angústias masculinas causadas pela dimensão e performance do pénis.

3/15/2006

E EU QUERO AQUI DECLARAR QUE ESTA PADARIA NÃO É UM PROJECTO. É UM BLOGUE.


Porque é que as coisas deixaram de ser?
Não sei se repararam, caros clientes, mas parece que hoje em dia (e eu até nem gosto de usar esta expressão, soa a cota fora de prazo, mas não arranjei outra assim de repente) já nada É. Só é quase. É um intento, um plano, uma acção provisória.
Lembro-me de um grupo de pessoas a tocar música, boa ou má, ser um conjunto, um grupo, mais tarde uma banda. Agora é um projecto.
Um livro era um livro, um romance, uma novela, o que fosse. Agora é um projecto.
Uma acção, mesmo que não desse em nada de nada, era pelo menos isso, ou um programa. Agora é um projecto, um projecto anti-pobreza, anti-exclusão, anti-qualquer coisa.
Até uma porcaria dum bar ou dum restaurante ou uma loja de souvenirs é um projecto.
Já ninguém tem o descaramento de dar um nome explícito a nada do que faz. Todos estamos envolvidos em projectos que nunca mais deixam de o ser.
A puta da vida passou a projecto.
Parece que toda a gente passa o dia a esquematizar projectos, depois vai para casa fazer um projecto de jantar e a seguir dá um projecto de queca da qual vão saindo uns projectos de criaturas que um dia farão mais projectos como os pais.

3/14/2006

COISAS QUE ENERVAM COMO O CARAÇAS


Pestanejar acidentalmente ao aplicar o traço de eyeliner e já estar mega atrasada para sair de casa.


Ver a empregada da caixa do supermercado a agitar freneticamente as nossas compras e mesmo assim não conseguir a leitura automática dos códigos de barras.


Ver a empregada da caixa do supermercado a digitar todos os códigos de barras manualmente depois de ter agitado freneticamente os artigos… e ter um carrinho cheio de compras.


Ao acabar de vestir fazer uma auto-estrada na meia. A seguir verificar que não se tem mais nenhum par de meias daquela cor para combinar com aquela roupa e ter que despir e começar tudo outra vez.


Pessoal que tem o tique de fungar.


Deixar cair arroz na pia da cozinha.


Pessoal que vai explicar qualquer coisa super simples e começa com “Isto é assim”, ajeita-se na cadeira e nós já sabemos que vai dizer pelo menos umas 500 coisas totalmente inúteis para a compreensão do assunto base.


Insónias.


Comichões.


Insónias e comichões ao mesmo tempo.


Vir o período a uma sexta-feira ao fim da tarde.


Pessoal que anda a passear o cão e se ri para nós com um ar cúmplice quando o raio do bicho nos vem cheirar as pernas, convencidos que nós achamos tanta piada àquilo como eles.


Pessoal que anda a passear os putos e se ri para nós com um ar cúmplice quando os ditos resolvem infernizar a vida de todos os desconhecidos à sua volta, convencidos que nós achamos tanta piada àquilo como eles.


Toques de telemóvel estúpidos.


Tocar o telemóvel, ficar com as mãos às voltas dentro da carteira à procura até ele parar de tocar e no fim chegar à conclusão que afinal estava no bolso.


Depois disto tudo ver que era uma chamada que estávamos mesmo à espera.


Ficar à porta de casa à procura da chave dentro da carteira, a chover, e depois de uma grande molha concluir que afinal estava no bolso.


Olhar para o calendário e ver que ainda faltam 2568 horas para as férias.


3/13/2006

HISTÓRIA CURTA E VERÍDICA COM UM LIGEIRO SABOR AMARGO



Sentou-se à minha frente. Tinha levado no dia anterior um documento que continha um lapso.
-Deixe ver… Pois… Está mal, vamos emendar.
Um erro numa data, por vezes acontece, nada de grave. Apresenta-se as desculpas da praxe e corrige-se.
Enquanto procedia à substituição ela começou a contar a aventura. O documento era “dele”.
-Quando eu cheguei a casa com isso ele deu logo por ela! É que foi logo! Ficou danado!
E enquanto contava isto ria-se. E continuou:
-Disse-me “Oh sua parva! Não sabes tratar dum assunto em condições?”. Até me bateu e tudo!
E quando disse isto riu-se ainda mais, como se estivesse a relatar uma qualquer peripécia caseira daquelas que nos vão animando os dias.
Parei e olhei-a nos olhos. Continuava com aquele riso estampado na cara.
Juro que poucas vezes na vida senti tanto desprezo por alguém.

Olá amores, espero que tenham tido uma boa semana porque eu nem por isso. Aliás, acho que pior do que gramar isto aqui na padaria só ser teletransportada de surpresa para a ilha Evax onde uma cambada de gajas no período atiram setas a pastilhas elásticas encarnadas gigantes, comandadas por umas tipas mal encaradas chamadas as Irmãs Muito. Isto tem sido um pesadelo recorrente, acho que preciso de voltar a tomar a medicação ou deixar de ver televisão por completo. Mas adiante. Hoje venho trazer-vos algumas notícias da semana, para os mais distraídos que deixaram passar ao lado estas coisas importantes.

Primeiro, o lançamento do CD da Irmã Lúcia que vai ser já no próximo dia 19, com o título No Céu Há Uma Janelinha. Já é costume ver a editoras a facturar com os mortos, ele é os lançamentos sazonais de Beatles, ele é arranjar uns bacanos que queiram cantar umas cenas que o António Variações teve vergonha de mostrar quando era vivo, ele é ressuscitar o Kurt Cobain até ele espernear no caixão (até já deu filme, porra)… Agora a Irmã Lúcia, confesso que não estava inteirada que além de vendedeira da banha da cobra e pantomineira também se dedicava à música, por isso estou mortinha por ouvir estas canções que a própria gravou em 1980 (altura em que pelas nossas contas já tinha qualquer coisa entre 73 e 146 anos de idade pelo que desconfio que não deve ser rap nem trash metal), embora seja capaz de jurar que não vai dar hit para ser tocado na Estação da Luz ou nos bares da Praça, mas a ver vamos.

Segundos, a nova operação da Lili Caneças. Eu sei, eu sei, esta merda não é considerada notícia. Só que o que eu quero aqui enfatizar são as declarações da própria, segundo a qual desta vez “Não doeu quase nada”. Ou seja, para a próxima nem vai precisar de anestesia porque já não vai haver nada para cortar que seja peça de origem. Por outro lado, a falta de dor também se pode dever ao facto de as operações serem feitas do pescoço para cima, ou seja, na cabeça, que no caso vertente não se trata de um órgão vital.

Por último, a gripe das aves. Finalmente podemos estar descansados porque já sabemos que os 100 000 gajos que fazem esta porcaria aguentar-se vão ser vacinados e nada de mal lhes acontecerá. Eu só não sabia que havia tanta gente a trabalhar neste país. O número deve estar inflacionado, é o costume… A mania das grandezas…

É tudo por hoje queridos, fiquem com uma beijoca da sempre vossa
Rosarinho

3/12/2006

FOMOS PROMOVIDOS

Eu e o Japinho fomos promovidos a Delícia da Semana pelo jornal de anúncios Aveiro 34 que publicou integralmente na edição n.º 358 (quer dizer, em copy paste puro) a nossa receita de Bolo de Bolacha Gelado.
Ser considerado um delícia, desde que não por uma tribo canibal, é bom. Da semana, pronto, podia ser melhor, quer dizer que no próximo número somos despromovidos. Mas simpático simpático, tinha sido os senhores do jornal fazerem uma mençãozinha à fonte da receita.
Até lhes caía melhor o bolo.
Digo eu.

3/07/2006

CONHECEM-NA?

A fulana não é muito mais velha do que eu. Por isso, crescemos praticamente juntas. Graças à mania de vedeta que ela tem e sempre teve, no entanto, pode-se dizer que eu a conheço muito melhor a ela do que ela a mim. Mas não faz mal.
Quando nasceu veio tosca apesar de toda agente à volta lhe ter dado grandes mimos e atenção. Só lhe fez mal, passou a infância sendo uma criança chata e enfadonha que ninguém aguentava mas todos tinham que aturar por ser filha única.
Na adolescência e juventude então, nem se fala! Encheu-se de cores e ainda mais peneiras. Era só mania!
Quando chegou àquela idade em que já devia ter a segurança e a serenidade que se impõe, não se aguentou à bronca. Mal apareceram duas tipas mais novas a insinuar-se foi-se abaixo completamente. Tentou embonecar-se, fez escândalo, exigiu privilégios, enfim… fez figuras desnecessárias e acabou por perder a parada.
Agora, com 49 anos quase feitos e perto da menopausa, está a ficar tolinha. Já ninguém liga nenhuma aos velhos encantos que há uns anos a fizeram ser, apesar de tudo e em alguns momentos, uma estrela, e acena com eles sem se aperceber da triste figura que faz.
Conhecem-na ?

FINALMENTE

Descobrimos um carnaval à altura desta padaria.
Para o ano, vamos lá abastecer-nos e fazer formação do pessoal.

3/05/2006

ESTOU MAL DISPOSTA!

Os meus queridos clientes que me desculpem mas está a chegar aquela altura do ano em que fico mal disposta para caraças. Não, não me veio o período, não estou grávida nem ando a fazer dieta. Estou agoniada com aquela fantochada que vai ter lugar esta semana e a que dão o nome de "Dia da Mulher". Por isso ficam já todos avisados, o primeiro que me mandar uma sms ou um mail com aquelas imagens patetas e aquelas frases mais batidas que a pila do puto que mora aqui ao lado arrisca-se a ser mandado à merda.

Não há ninguém neste mundo que me convença que haver um "Dia da Mulher" seja bom para qualquer uma de nós. Senão vejamos. Só há dias especiais para:

1. Coisas em vias de extinção ou que já se extinguiram mesmo:
21 de Março - Árvore
1 de Maio - Trabalho
5 de Junho - Ambiente
5 de Outubro - República

2. Desgraçadinhos:
24 de Janeiro - Aposentado
14 de Fevereiro - Disfunção Eréctil
17 de Novembro - Não Fumador

3. Chatos de merda:
12 de Março - Bibliotecário
28 de Abril - Sogra
1 de Junho - Criança
4 de Agosto - Padre

4. Coisas que nem dá para explicar:
5 de Fevereiro - Datiloscopista (?)
26 de Maio - Revendedor de Lotaria
17 de Junho - Veterinário Militar

5. Coisas que me cheira que só pode ter sido cunha da patroa:
8 de Junho - Padeiro

No meio desta mixórdia toda, aparecemos nós, as mulheres, a 8 de Março. Como se não nos bastasse ter que mudar o penso de xis em xis horas durante 4 ou 5 dias por mês, fingir orgasmos, usar anti-rugas, pintar o cabelo e ter pesadelos constantes com a celulite, ainda nos põem ao mesmo nível da república e dos veterinários militares. Isso é bom para uma ou outra lambisgóia que esteja sempre à espera dum pretexto para sacar uns presentes ao desgraçado que a sustenta sem ter que abrir a pernoca nesse dia. Tirando isso... haja pachorra!

3/03/2006

E PARA QUEM AINDA NÃO ACREDITA NAS MINHAS HISTÓRIAS...


...fiquem sabendo que no bar de funcionários do sítio onde eu trabalho há no preçário uma coisa chamada "Tosta mista só com queijo".

Bom fim de semana!

3/02/2006

3G


À vossa frente está uma senhora. Humilde. Difícil de descrever sem cair em clichés pedantes e politicamente incorrectos mas vamos tentar.
É daquelas senhoras que se senta com a malinha de mão pousada sobre os joelhos, de pose esmagada, nunca viu um anti-rugas ou um corte de cabelo num sítio decente e traz um lenço de mão tamanho xxl no bolso do casaco (pronto já lixei a descrição toda) e que nos pergunta amedrontada:
-Era pra saber sé aqui ca gente deita um pedido pra saber duma terra... é uma terrinha ca gente tem... queríamos partir pra dar aos filhos...

De repente começam a ouvir, em real sound e com q.b. de decibéis: - "A mi me gusta la gasolina, Dame mas gasolina".
A princípio não percebem bem o que se passa, se há alguma romaria ou um concerto ao vivo ali mesmo à porta. Mas logo, a humilde senhora deita a mão à carteira e saca do seu telemóvel topo de gama e atende, pondo fim ao mini-baile: - "Tô! Sim! Tô aqui a tratar do assunto da terra!... Sim! Mai logo! Adeus!"