Como por exemplo terem à vossa frente uma vendedora de cosméticos a tentar impingir-vos umas cenas; mais ou menos da vossa idade (no meu caso significa cota), mas com menos uns 5 a 10 centímetros de altura e mais uns 10 a 15 quilos de peso, a convencer-vos que são vocês que precisam duns tratamentos.
Bom, Didas... esquece...
E TENHAM UM BOM FIM-DE-SEMANA,
com um filme estranho.
8/31/2007
E O CÉU, MEREÇO-O EU!
Hoje foi um dia pródigo em cromos e personagens. Mas como exemplo, basta este:
Estava a vossa padeira no seu outro emprego, na boa, sem se meter com ninguém, a passar umas guias para um bacano sentado na sua frente, quando ele de repente, tomado por um qualquer assomo de loucura, desatou a discursar nos seguintes termos, com um ar tão sério como se estivesse a perguntar quanto custa o impresso 922:
- Deus é grande e grande é o seu reino! Não é Deus que vem até nós! Somos nós que temos que ir até ele! Assim mereceremos o céu, que tudo tem de bom!
E eu armada em surda-muda e ceguinha, que é como quem diz a fazer de conta que não dava por nada. E ele a dar-lhe:
- Deus é pai! Deus é a verdade e a vida!
Levantei a cabeça do teclado, pus o meu sorriso número catorze que é o que significa “adeus ó vai-te embora” e respondi:
- E pronto! Pode efectuar o pagamento na tesouraria! É só! Obrigada!
Aí, o meu simpático interlocutor calou-se por uns momentos, tão sério como se deus himself tivesse acabado de lhe fazer uma revelação. Depois atirou:
- A senhora já leu a Bíblia?
E eu, ainda com o meu sorriso número catorze mas já a atirar para o quinze, que é o “vai mas é à merda”:
- Não creio!...
- Pois leia!
A seguir levantou-se e dirigiu-se à tesouraria. Já em pleno open-space virou-se para trás e insistiu, desta vez em dolby surround, apontando na minha direcção:
- Leia a Bíblia! A senhora precisa de ler a bíblia!
Porra! E a funcionária pública sou eu!
Estava a vossa padeira no seu outro emprego, na boa, sem se meter com ninguém, a passar umas guias para um bacano sentado na sua frente, quando ele de repente, tomado por um qualquer assomo de loucura, desatou a discursar nos seguintes termos, com um ar tão sério como se estivesse a perguntar quanto custa o impresso 922:
- Deus é grande e grande é o seu reino! Não é Deus que vem até nós! Somos nós que temos que ir até ele! Assim mereceremos o céu, que tudo tem de bom!
E eu armada em surda-muda e ceguinha, que é como quem diz a fazer de conta que não dava por nada. E ele a dar-lhe:
- Deus é pai! Deus é a verdade e a vida!
Levantei a cabeça do teclado, pus o meu sorriso número catorze que é o que significa “adeus ó vai-te embora” e respondi:
- E pronto! Pode efectuar o pagamento na tesouraria! É só! Obrigada!
Aí, o meu simpático interlocutor calou-se por uns momentos, tão sério como se deus himself tivesse acabado de lhe fazer uma revelação. Depois atirou:
- A senhora já leu a Bíblia?
E eu, ainda com o meu sorriso número catorze mas já a atirar para o quinze, que é o “vai mas é à merda”:
- Não creio!...
- Pois leia!
A seguir levantou-se e dirigiu-se à tesouraria. Já em pleno open-space virou-se para trás e insistiu, desta vez em dolby surround, apontando na minha direcção:
- Leia a Bíblia! A senhora precisa de ler a bíblia!
Porra! E a funcionária pública sou eu!
8/28/2007
JOGOS DE ESTRATÉGIA PRECURSORES DO COUNTER-STRIKE MAS DE IGUAL GRAU DE DIFICULDADE
Antes de terem inventado as festas de anos para crianças na McDonalds e nas discotecas e, mesmo que não pareça, muito depois dos dinossauros terem caminhado sobre a terra, a primeira comunhão era a forma mais comum de ritual de passagem. Foi nesse tempo que a Didas viveu a sua infância. Para os meninos e meninas que não tiveram a oportunidade de conhecer esses tempos fantásticos, vou explicar duma forma resumida do que constava então esse grande acontecimento da vida das pessoas.
Primeiro, era obrigatório ir todos os domingos à missa, que era precedida duma sessão de catequese e confissão, o que significava sair da cama por volta das oito da manhã e só voltar a casa por volta da uma hora, já com uma galga brutal. Só depois de feita a primeira comunhão é que as crianças ganhavam o direito a ir para a fila na missa para receberem uma rodelinha de farinha seca que não chegava sequer aos calcanhares duma bolacha de água e sal nem tirava um décimo da galga com que já se estava. Além disso, não se podia pôr manteiga, nem compota, nem nada para melhorar o sabor daquilo. Também não se podia tocar-lhe com os dentes porque tal era considerado pecado, e isso exigia o desenvolvimento de uma apurada técnica oral que, garantem alguns, viria a ser muito útil no futuro. Sobre isso não sei. Sei que cada pessoa acabava por criar a sua técnica pessoal e isso originava longas e interessantes tertúlias à volta do tema.
Era igualmente indispensável ir à confissão, o que, para os menos versados na matéria podemos definir como uma espécie de jogo das palavras em que nós éramos os jogadores e o senhor padre era o árbitro. Era assim: Todos os domingos, sem falha, tínhamos que ir todos à vez para dentro duma casinha de madeira contar o que tínhamos feito de mal durante a semana e que merecia castigo. Este jogo, embora de regras pouco claras, era bastante excitante, pois exigia uma considerável habilidade e contenção no uso das palavras e, ao mesmo tempo, uma enorme dose de imaginação. Mas eu exemplifico. O padre perguntava: - “Quais foram os teus pecados desta semana?” – e havia meninos que se atrapalhavam logo todos e diziam qualquer coisa vaga como – “Desobedeci à minha mãe.” – Está claro que logo a seguir, o árbitro (manhoso e experiente como era) contra-atacava sem qualquer hipótese para o adversário, com perguntas como: - “Ai sim? E quando foi isso? E desobedeceste em quê? O que é que ela te tinha mandado fazer?” – as quais resultavam invariavelmente em desnorte, contradições no testemunho e, para castigo de ter sido apanhado a mentir, uma dose reforçada de avé-marias e padres-nossos. O bom jogador de confissão tinha truques, conhecia esquemas e, sobretudo, treinava em casa. Só um completo ingénuo ignorava que não podia aparecer na sessão da semana a confessar pecados como “Fumei uns cigarros que roubei ao meu pai, espreitei a minha tia a tomar banho ou a minha irmã mais velha a namorar”. Tais coisas resultariam em dose inumana de orações e ameaça de ir parar ao inferno sem apelo nem agravo. Os pecados tinham que ser concretos mas admissíveis, assim do tipo anedotas do António Sala. E cada um tinha que tratar de arranjar os seus. Geralmente, coisas como “esqueci-me de fazer os deveres da escola na quinta-feira (atenção ao concreto!), discuti com o meu irmão por causa dum brinquedo ou arranquei uma flor do jardim da vizinha” safavam o pecador com dois ou três padres-nossos no máximo e a recomendação de tentar ser uma boa criança no futuro.
A Didas só falhou uma vez, mas foi precisamente na véspera da comunhão, ou seja, na sessão de confissão mais importante de todas! O senhor padre, depois de muitas perguntas e tentativas de baralhar a jogadora, sem êxito, lançou a última perversa cartada: -“Reza aí uma Salve-Rainha para eu ouvir!”. Caramba! Nunca tinha sequer ouvido falar nessa personagem da monarquia e, perante a certeza de que, se começasse a inventar logo seria descoberta pois ele devia saber aquilo melhor do que ela sabia os horários dos desenhos animados e da Lassie na televisão, baixou a cabeça e, dolorosamente, admitiu a derrota: - “Não sei rezar essa…”
Foi um festival de achincalho! Ele era “onde é que já se viu uma criança prestes a fazer a primeira-comunhão não saber a salvé-rainha”, ele era “onde é que esta juventude vai parar assim!”, ele era “como é que as crianças irresponsáveis esperam ganhar o céu no fim da vida se nem sequer sabem a salve-rainha!...”
Escusado será dizer que, ultrapassada a difícil fase da primeira comunhão, a Didas conseguiu massacrar tanto, mas tanto, lá em casa, que nunca mais na vida a obrigaram a ir à missa ao domingo. Ainda foi obrigada a muitas outras coisas que iam contra os seus firmes princípios éticos, claro. Mas isso fica para outros episódios.
Primeiro, era obrigatório ir todos os domingos à missa, que era precedida duma sessão de catequese e confissão, o que significava sair da cama por volta das oito da manhã e só voltar a casa por volta da uma hora, já com uma galga brutal. Só depois de feita a primeira comunhão é que as crianças ganhavam o direito a ir para a fila na missa para receberem uma rodelinha de farinha seca que não chegava sequer aos calcanhares duma bolacha de água e sal nem tirava um décimo da galga com que já se estava. Além disso, não se podia pôr manteiga, nem compota, nem nada para melhorar o sabor daquilo. Também não se podia tocar-lhe com os dentes porque tal era considerado pecado, e isso exigia o desenvolvimento de uma apurada técnica oral que, garantem alguns, viria a ser muito útil no futuro. Sobre isso não sei. Sei que cada pessoa acabava por criar a sua técnica pessoal e isso originava longas e interessantes tertúlias à volta do tema.
Era igualmente indispensável ir à confissão, o que, para os menos versados na matéria podemos definir como uma espécie de jogo das palavras em que nós éramos os jogadores e o senhor padre era o árbitro. Era assim: Todos os domingos, sem falha, tínhamos que ir todos à vez para dentro duma casinha de madeira contar o que tínhamos feito de mal durante a semana e que merecia castigo. Este jogo, embora de regras pouco claras, era bastante excitante, pois exigia uma considerável habilidade e contenção no uso das palavras e, ao mesmo tempo, uma enorme dose de imaginação. Mas eu exemplifico. O padre perguntava: - “Quais foram os teus pecados desta semana?” – e havia meninos que se atrapalhavam logo todos e diziam qualquer coisa vaga como – “Desobedeci à minha mãe.” – Está claro que logo a seguir, o árbitro (manhoso e experiente como era) contra-atacava sem qualquer hipótese para o adversário, com perguntas como: - “Ai sim? E quando foi isso? E desobedeceste em quê? O que é que ela te tinha mandado fazer?” – as quais resultavam invariavelmente em desnorte, contradições no testemunho e, para castigo de ter sido apanhado a mentir, uma dose reforçada de avé-marias e padres-nossos. O bom jogador de confissão tinha truques, conhecia esquemas e, sobretudo, treinava em casa. Só um completo ingénuo ignorava que não podia aparecer na sessão da semana a confessar pecados como “Fumei uns cigarros que roubei ao meu pai, espreitei a minha tia a tomar banho ou a minha irmã mais velha a namorar”. Tais coisas resultariam em dose inumana de orações e ameaça de ir parar ao inferno sem apelo nem agravo. Os pecados tinham que ser concretos mas admissíveis, assim do tipo anedotas do António Sala. E cada um tinha que tratar de arranjar os seus. Geralmente, coisas como “esqueci-me de fazer os deveres da escola na quinta-feira (atenção ao concreto!), discuti com o meu irmão por causa dum brinquedo ou arranquei uma flor do jardim da vizinha” safavam o pecador com dois ou três padres-nossos no máximo e a recomendação de tentar ser uma boa criança no futuro.
A Didas só falhou uma vez, mas foi precisamente na véspera da comunhão, ou seja, na sessão de confissão mais importante de todas! O senhor padre, depois de muitas perguntas e tentativas de baralhar a jogadora, sem êxito, lançou a última perversa cartada: -“Reza aí uma Salve-Rainha para eu ouvir!”. Caramba! Nunca tinha sequer ouvido falar nessa personagem da monarquia e, perante a certeza de que, se começasse a inventar logo seria descoberta pois ele devia saber aquilo melhor do que ela sabia os horários dos desenhos animados e da Lassie na televisão, baixou a cabeça e, dolorosamente, admitiu a derrota: - “Não sei rezar essa…”
Foi um festival de achincalho! Ele era “onde é que já se viu uma criança prestes a fazer a primeira-comunhão não saber a salvé-rainha”, ele era “onde é que esta juventude vai parar assim!”, ele era “como é que as crianças irresponsáveis esperam ganhar o céu no fim da vida se nem sequer sabem a salve-rainha!...”
Escusado será dizer que, ultrapassada a difícil fase da primeira comunhão, a Didas conseguiu massacrar tanto, mas tanto, lá em casa, que nunca mais na vida a obrigaram a ir à missa ao domingo. Ainda foi obrigada a muitas outras coisas que iam contra os seus firmes princípios éticos, claro. Mas isso fica para outros episódios.
FOMOS À TERRA!
Este fim-de-semana, numa pequena antecipação de férias, fomos à terra, onde fizemos o lindo videozinho aqui de cima.
Aproveitei também para avançar um pouco com o estudo que ando a fazer sobre pequenos-almoços nos hotéis, do qual já tenho algumas conclusões para vos apresentar:
Os japoneses são geralmente mais do que as mães e fazem fila. Se o gajo da frente estiver a fazer uma torrada, esperam todos na fila, mesmo que o segundo queira um yogurte, que é o que vem imediatamente a seguir às torradas. O resto do pessoal fica todo baralhado a perguntar a si próprio se a seguir à torradeira haverá uma mina anti-pessoal que não se pode pisar.
Os italianos não tomam pequeno-almoço. Limitam-se a andar dum lado para o outro, em zig-zagues e a falar alto, até estarem exaustos e irem embora.
Os brasileiros também falam alto, o que no caso particular é mau porque aparece sempre alguém que os confunde com os empregados e lhes pede um capuccino.
Os espanhóis falam altíssimo. No entanto, ao contrário dos italianos, comem... e muito! Mas vão sempre dizendo "Bálê!" em stereo entre cada dentada.
Os portugueses andam sempre com uma ou mais crias atrás de si, que mexem em tudo, choram, pedincham e incomodam toda a gente. Como são mães e pais muito devotados, passam o tempo todo a fazer torradinhas para os meninos e a perguntar se querem mais alguma coisa.
Os ingleses e afins (do norte em geral) entram mudos e saem calados. Só conseguem dar nas vistas por serem grandes, por estarem mal vestidos e por conseguirem enfardar grandes quantidades de ovos, feijões e bacon.
Para Setembro conto concluir este estudo com umas passagens por mais alguns hotéis, desta feita fora de fronteiras. É claro que a qualquer momento pode haver viragens imprevisíveis nas conclusões, pois o "comportamento dos indivíduos nos pequenos-almoços dos hotéis segundo a nacionalidade" não é uma ciência exacta.
8/26/2007
Olá amores! Correu bem a semana? Eu foi naquela, já tive melhor, já tive pior. Mas vamos lá ao assunto da semana, que hoje por acaso é só um mas suculento.
O governo português acordou com o governo espanhol formar uma equipa para combater a ETA. E eu pensei logo: - “Olha que boa ideia! Estávamos nós aqui tão sossegados, nesta paz podre… Eles têm razão! Não há nada como ir à procura de sarilhos para as coisas animarem!” – ou seja, isto é mais ou menos como eu ir a casa dos meus vizinhos de cima, que quando não estão a dormir ou fora de casa estão em cenas de porrada com o filho mais velho (um gandulo de merda delinquente), e resolver meter-me na cena. Das duas uma (ou até mesmo as duas!): Ou me arrisco a levar com uma frigideira nos cornos assim que lá entre, ou o puto mais tarde vinga-se e parte-me um vidro. No mínimo! Ora, a lógica aqui, é a seguinte: Não tenho nada contra os gajos, mas eles que o tiveram e o criaram, agora que se aguentem com ele que eu não sou polícia! Mas o pessoal aqui na choldra é mesmo assim e não tem emenda! É tal o complexo de inferioridade que têm, que fazem tudo para aparecer, nem que seja preciso meterem-se em merda até ao pescoço! Dass!
Da primeira vez, até ver, tivemos sorte! O Durão Barroso lá foi lamber o cu ao Blair, ao Bush e ao Aznar, mas como acabou por passar mais por “o gajo que servia os cafés” do que por qualquer outra coisa (aliado ao facto de que os al-qaedas não conseguiram descobrir, no mapa, onde é que isto ficava), ainda nos safámos. Agora é arriscar demais, por muito estúpido que seja um espanhol (e nem todos são) não deve haver nenhum que não saiba onde fica Portugal! Carago, não havia necessidade!
A acompanhar esta notícia, só uma nota positiva: Adianta-se a necessidade de criar no país uma unidade anti-terrorista. Ora, como o terrorismo que cá temos tido até agora, é o valor do ordenado mínimo nacional, a corrupção, a subida das taxas de juro e o analfabetismo, estou nessa! Arranjem-me um camuflado e uma caçadeira e também eu entro nessa unidade! Quem me segue?
É tudo por hoje queridos. Fiquem com uma beijoca da vossa
Rosarinho…
...e tenham uma boa semaninha.
O governo português acordou com o governo espanhol formar uma equipa para combater a ETA. E eu pensei logo: - “Olha que boa ideia! Estávamos nós aqui tão sossegados, nesta paz podre… Eles têm razão! Não há nada como ir à procura de sarilhos para as coisas animarem!” – ou seja, isto é mais ou menos como eu ir a casa dos meus vizinhos de cima, que quando não estão a dormir ou fora de casa estão em cenas de porrada com o filho mais velho (um gandulo de merda delinquente), e resolver meter-me na cena. Das duas uma (ou até mesmo as duas!): Ou me arrisco a levar com uma frigideira nos cornos assim que lá entre, ou o puto mais tarde vinga-se e parte-me um vidro. No mínimo! Ora, a lógica aqui, é a seguinte: Não tenho nada contra os gajos, mas eles que o tiveram e o criaram, agora que se aguentem com ele que eu não sou polícia! Mas o pessoal aqui na choldra é mesmo assim e não tem emenda! É tal o complexo de inferioridade que têm, que fazem tudo para aparecer, nem que seja preciso meterem-se em merda até ao pescoço! Dass!
Da primeira vez, até ver, tivemos sorte! O Durão Barroso lá foi lamber o cu ao Blair, ao Bush e ao Aznar, mas como acabou por passar mais por “o gajo que servia os cafés” do que por qualquer outra coisa (aliado ao facto de que os al-qaedas não conseguiram descobrir, no mapa, onde é que isto ficava), ainda nos safámos. Agora é arriscar demais, por muito estúpido que seja um espanhol (e nem todos são) não deve haver nenhum que não saiba onde fica Portugal! Carago, não havia necessidade!
A acompanhar esta notícia, só uma nota positiva: Adianta-se a necessidade de criar no país uma unidade anti-terrorista. Ora, como o terrorismo que cá temos tido até agora, é o valor do ordenado mínimo nacional, a corrupção, a subida das taxas de juro e o analfabetismo, estou nessa! Arranjem-me um camuflado e uma caçadeira e também eu entro nessa unidade! Quem me segue?
É tudo por hoje queridos. Fiquem com uma beijoca da vossa
Rosarinho…
...e tenham uma boa semaninha.
8/24/2007
8/23/2007
COMO PERDER O NORTE EM ALGUNS MINUTOS
Hoje de manhã estava eu em Cascais, numa suite de hotel, a andar dum lado para o outro muito preocupada e a dizer para o meu marido:
-Caramba! Agora como é que eu vou trabalhar? Eu ainda não estou de férias, como é que faço para ir trabalhar?
Entretanto veio uma onda gigante pela baía dentro que inundou tudo até ultrapassar a nossa janela, que era num dos últimos andares. Olhei e era mais ou menos como estar a olhar para um aquário, só que lá dentro, em vez de peixes, havia criancinhas com pás e baldes na mão. Lembrei-me que a minha filha estava na praia e tinha ficado no meio do tsunami. Virei-me para o meu marido em pânico (que desta vez afinal já era o meu ex-marido, provavelmente porque, na verdade, é ele o pai da rapariga) e disse:
-Temos que ir buscá-la!
E ela nas calmas, respondeu:
-Tem calma! Ela quando quiser vem!...
Logo a seguir estava o meu marido actual (ufff!) sentado ao pé de mim na cama, já todo aprumadinho para ir trabalhar, a tentar acordar-me. Olhei em volta e vi que estava em Aveiro e não havia tsunamis.
-Caramba! Agora como é que eu vou trabalhar? Eu ainda não estou de férias, como é que faço para ir trabalhar?
Entretanto veio uma onda gigante pela baía dentro que inundou tudo até ultrapassar a nossa janela, que era num dos últimos andares. Olhei e era mais ou menos como estar a olhar para um aquário, só que lá dentro, em vez de peixes, havia criancinhas com pás e baldes na mão. Lembrei-me que a minha filha estava na praia e tinha ficado no meio do tsunami. Virei-me para o meu marido em pânico (que desta vez afinal já era o meu ex-marido, provavelmente porque, na verdade, é ele o pai da rapariga) e disse:
-Temos que ir buscá-la!
E ela nas calmas, respondeu:
-Tem calma! Ela quando quiser vem!...
Logo a seguir estava o meu marido actual (ufff!) sentado ao pé de mim na cama, já todo aprumadinho para ir trabalhar, a tentar acordar-me. Olhei em volta e vi que estava em Aveiro e não havia tsunamis.
8/22/2007
VAI UMA APOSTA?
Cinco aéreos em como aquele putos que lixaram a plantação de milho transgénico ao homem, quando estão em casa dos papás em regime de pensão completa, a ver televisão ou a dizer palermices aos outros meninos ecologistas no messenger, se vão empanturrando com embalagens de tirinhas de milho made in U.S.A. que exigem aos progenitores nas suas visitas aos hipermercados.
8/21/2007
O MOMENTO DE HUMOR NEGRO DO DIA
Isto aconteceu hoje quase no fecho do expediente.
Ela: Preciso duma certidão vossa que diga que a freguesia de ***** pertence ao concelho de ******.
Eu: Quê???!!!
Ela: É verdade, exigiram-me isso n* *************!
Eu: Mas eles têm essa informação! Qualquer serviço público tem essa informação! Além de ser do conhecimento geral por aqui! Não faz sentido!
Ela: Pois não! E eu já venho a espumar, nem me diga nada! Pedi o livro de reclamações e chamaram-me à parte para me darem a entender que era melhor não escrever nada!
Eu: Não acredito!!!...
Ela: Juro! Estou danada! Até lhes disse "Querem ver que agora a freguesia de ***** fugiu para o alentejo e ninguém deu por nada?
Eu: Bem, as histórias que cá chegam todos os dias desse serviço já dão para escrever um livro, mas essa era mesmo um best-seller!
Ela: Acredite! Mas veja lá se me arranja a certidão que eu já devia estar de férias. Até parece que fizeram de propósito!
(Telefonei para toda a gente que neste momento não está de férias e tem competências delegadas para assinar certidões narrativas. Depois de uns quantos que exigiam uns cinquenta documentos para fazer aquilo - sim, que nós também temos cromos, só não não tantos nem tão estúpidos - lá consegui uma das minhas, que passou aquilo em 5 minutos e a veio entregar pessoalmente só para poder mandar também umas bocas, do género -"Esses gajos todos enfiados numa linha e atirados à ria!...")
Pois. Porque é que estas medidas todas do governo não incluem pôr no olho da rua dos funcionários que fazem estas figuras tristes e que ainda não conseguiram perceber que as certidões não passam da face hipócrita do sistema? Porque é que não os mandam, pelo menos, enfiar no cu os canudos que têm e que não lhes servem de nada? Onde é que anda o simplex? Esta merda terá emenda? Porra!
8/20/2007
A FRAUDE
É sabido que nos tempos históricos em que eu andava na escola, um vinte na pauta era uma raridade e quando tal acontecia, organizavam-se excursões ao local do episódio para ver com os próprios olhos. Por muito que a malta se desfizesse a estudar, por muita graxa que desse, por muito neurónio activo e afinadinho que tivesse, não havia abébias para ninguém. Vinte, diziam os sacanas, era a perfeição. E ninguém é perfeito.
Eu tive um vinte na pauta, posso gabar-me disso. Está certo que não foi totalmente por mérito, mas porra, em tempo de guerra valia tudo!
Foi a Educação Musical. Porque quando cheguei ao ciclo já levava anos de solfejo com professor particular e de levar com a batuta nas mãos se não saíam direitinhas as Czardas do Monte ou a banda sonora completa do “Música no Coração”, antes da professora falar já eu sabia com uma perna às costas o que ela ia dizer. Mas resolvi não dizer nada. Fiz de conta que ia tão virgem na matéria como os colegas que não distinguiam uma clave de sol dum cagalhão. E deu resultado. O espanto da professora era tão grande e tão genuíno perante a facilidade e a intuição com que eu aprendia uma coisa nova que acabei por alcançar o almejado vinte. Mas é claro que também não foi só facilidade. Ninguém podia desconfiar. Tive que treinar ao espelho, durante horas, aquele ar envergonhado e cabeça levemente baixa com que respondia aos elogios na aula.
De qualquer modo penso que terá sido a única fraude que cometi na vida.
Eu tive um vinte na pauta, posso gabar-me disso. Está certo que não foi totalmente por mérito, mas porra, em tempo de guerra valia tudo!
Foi a Educação Musical. Porque quando cheguei ao ciclo já levava anos de solfejo com professor particular e de levar com a batuta nas mãos se não saíam direitinhas as Czardas do Monte ou a banda sonora completa do “Música no Coração”, antes da professora falar já eu sabia com uma perna às costas o que ela ia dizer. Mas resolvi não dizer nada. Fiz de conta que ia tão virgem na matéria como os colegas que não distinguiam uma clave de sol dum cagalhão. E deu resultado. O espanto da professora era tão grande e tão genuíno perante a facilidade e a intuição com que eu aprendia uma coisa nova que acabei por alcançar o almejado vinte. Mas é claro que também não foi só facilidade. Ninguém podia desconfiar. Tive que treinar ao espelho, durante horas, aquele ar envergonhado e cabeça levemente baixa com que respondia aos elogios na aula.
De qualquer modo penso que terá sido a única fraude que cometi na vida.
Olá queridos! Cá estou eu como sempre para vos descodificar as trapalhadas que foram acontecendo ao longo da semana. Porque às vezes, sem uma ajudinha na interpretação, ele é cada uma que ninguém percebe.
1- Fala-se muito na falta de espírito empreendedor dos portugueses. Ora, quanto a mim, temos que acabar com esse discurso pessimista. Até porque é mentira. Senão vejam o exemplo da Polícia Municipal de Lisboa que, desde que começou a cobrar as multas aos gajos apanhados nos radares, já montou uma linha de produção de euros de fazer inveja a qualquer um e até pensam alargar o negócio, contratando mais polícias para imprimir notificações e lamber envelopes! Deviam aparecer naquele programa de televisão, o Mudar de Vida. Eu acho!
2- Outra coisa que nós temos que defender são os nossos valores culturais! É uma pouca vergonha que uma estrela pop como o gordo drunfado do Elvis Presley, com apenas trinta anos de morto, tenha direito a procissões com velas, maiores, mais vistosas e mais difundidas pelos meios de comunicação do que a nossa senhora de Fátima, muito mais jeitosa do que ele (se ignorarmos aqueles trapinhos que são um desgosto), já com noventa anos no activo e, pasme-se, virgem!!! É sempre assim, os valores nacionais não se safam na concorrência!
3- Já do traje de Viana do Castelo, lamento mas não posso de maneira nenhuma concordar com a senhora da comissão de festas que apareceu ontem nas notícias a afirmar que as mulheres vianeneses são as mais bonitas do mundo e que aquelas roupinhas que até arrepiam são o traje de Portugal. Primeiro, as gajas até podem ser muito bonitas (modestas nem por isso), mas da fama de bigodaças não se livram. Segundo, eu sou portuguesíssima de gema, e aquela merda não a vestia nem para ir no Carnaval de Estarreja. Antes com uma t-shirt da Berska!
4- Uns gajos sequestraram um avião na Turquia e depois desistiram. Não percebo onde é que está a graça disto, palavra de honra. Até achei porreiro. Das duas uma, ou são mesmo uns tipos porreiros (o que é bom), ou desistiram de ir para o Irão (e nesse caso são minimamente inteligentes) porque deve haver, de certezinha, sítios mais fixes para ir. Eu por exemplo, não queria ir para lá nem por nada!
5- Esta semana houve greve dos trabalhadores das empresas de handling (nome fino para “gajos que carregam as malas”), o que a juntar ao furacão Dean estragou as férias a muito empresário da construção civil e respectivas loiras falsas. Caguei. Na verdade isto nem é novidade, neste país a malta toda pela-se por greves menos os que de facto trabalham que nem umas bestas e ganham uma merda, porque esses estão a contrato e não podem. O que é notável nesta história é o aspecto da gajo do sindicato que apareceu a dar entrevistas (de quem eu, infelizmente, não consegui arranjar um retrato para vos mostrar). Adorei! Com aquele penteadinho à f*da-se, eu juro que me desmanchei toda a rir porque só conseguia imaginar a mãe do bacano, toda tia, a dizer-lhe: - “Ai o menino anda a trabalhar muito! Veja lá, que isso pode-lhe fazer mal à pele, sei lá!”
6- E já que falamos de greves, começou mais uma missão da nave “Endeavour” que conta desta feita com uma professora na tripulação. Estas gajas também se pelam por não fazer nada, cheira-lhes a começo do ano lectivo, até para o espaço fogem, se as deixarem! Eu é que escolhi mal a profissão!
7- E para acabar com chave de ouro, claro, mais uma do cromo-mor, o Alberto João, a fazer um discurso sobre as uniões entre homossexuais serem um deboche e o fim da alma portuguesa e do que os nossos pais nos ensinaram no berço e essa merda toda... Claro que não espanta ninguém aquelas postas de pescada. São o prato do dia e se ele dissesse alguma coisa inteligente, isso sim, seria notícia! Só acho mal que as televisões se estejam sempre a aproveitar dum tolinho para fazer programas humorísticos, deviam pagar! O emplastro é naquela, até porque me dá ideia que o gajo se faz mais tolo do que é. Agora o Alberto, coitado, vê-se bem que não tem consciência, está mal!
E pronto queridos, por hoje é tudo. Tenham uma boa semana, eu volto na próxima segunda-feira se tudo correr como previsto. Fiquem com uma beijoca da vossa
Rosarinho
1- Fala-se muito na falta de espírito empreendedor dos portugueses. Ora, quanto a mim, temos que acabar com esse discurso pessimista. Até porque é mentira. Senão vejam o exemplo da Polícia Municipal de Lisboa que, desde que começou a cobrar as multas aos gajos apanhados nos radares, já montou uma linha de produção de euros de fazer inveja a qualquer um e até pensam alargar o negócio, contratando mais polícias para imprimir notificações e lamber envelopes! Deviam aparecer naquele programa de televisão, o Mudar de Vida. Eu acho!
2- Outra coisa que nós temos que defender são os nossos valores culturais! É uma pouca vergonha que uma estrela pop como o gordo drunfado do Elvis Presley, com apenas trinta anos de morto, tenha direito a procissões com velas, maiores, mais vistosas e mais difundidas pelos meios de comunicação do que a nossa senhora de Fátima, muito mais jeitosa do que ele (se ignorarmos aqueles trapinhos que são um desgosto), já com noventa anos no activo e, pasme-se, virgem!!! É sempre assim, os valores nacionais não se safam na concorrência!
3- Já do traje de Viana do Castelo, lamento mas não posso de maneira nenhuma concordar com a senhora da comissão de festas que apareceu ontem nas notícias a afirmar que as mulheres vianeneses são as mais bonitas do mundo e que aquelas roupinhas que até arrepiam são o traje de Portugal. Primeiro, as gajas até podem ser muito bonitas (modestas nem por isso), mas da fama de bigodaças não se livram. Segundo, eu sou portuguesíssima de gema, e aquela merda não a vestia nem para ir no Carnaval de Estarreja. Antes com uma t-shirt da Berska!
4- Uns gajos sequestraram um avião na Turquia e depois desistiram. Não percebo onde é que está a graça disto, palavra de honra. Até achei porreiro. Das duas uma, ou são mesmo uns tipos porreiros (o que é bom), ou desistiram de ir para o Irão (e nesse caso são minimamente inteligentes) porque deve haver, de certezinha, sítios mais fixes para ir. Eu por exemplo, não queria ir para lá nem por nada!
5- Esta semana houve greve dos trabalhadores das empresas de handling (nome fino para “gajos que carregam as malas”), o que a juntar ao furacão Dean estragou as férias a muito empresário da construção civil e respectivas loiras falsas. Caguei. Na verdade isto nem é novidade, neste país a malta toda pela-se por greves menos os que de facto trabalham que nem umas bestas e ganham uma merda, porque esses estão a contrato e não podem. O que é notável nesta história é o aspecto da gajo do sindicato que apareceu a dar entrevistas (de quem eu, infelizmente, não consegui arranjar um retrato para vos mostrar). Adorei! Com aquele penteadinho à f*da-se, eu juro que me desmanchei toda a rir porque só conseguia imaginar a mãe do bacano, toda tia, a dizer-lhe: - “Ai o menino anda a trabalhar muito! Veja lá, que isso pode-lhe fazer mal à pele, sei lá!”
6- E já que falamos de greves, começou mais uma missão da nave “Endeavour” que conta desta feita com uma professora na tripulação. Estas gajas também se pelam por não fazer nada, cheira-lhes a começo do ano lectivo, até para o espaço fogem, se as deixarem! Eu é que escolhi mal a profissão!
7- E para acabar com chave de ouro, claro, mais uma do cromo-mor, o Alberto João, a fazer um discurso sobre as uniões entre homossexuais serem um deboche e o fim da alma portuguesa e do que os nossos pais nos ensinaram no berço e essa merda toda... Claro que não espanta ninguém aquelas postas de pescada. São o prato do dia e se ele dissesse alguma coisa inteligente, isso sim, seria notícia! Só acho mal que as televisões se estejam sempre a aproveitar dum tolinho para fazer programas humorísticos, deviam pagar! O emplastro é naquela, até porque me dá ideia que o gajo se faz mais tolo do que é. Agora o Alberto, coitado, vê-se bem que não tem consciência, está mal!
E pronto queridos, por hoje é tudo. Tenham uma boa semana, eu volto na próxima segunda-feira se tudo correr como previsto. Fiquem com uma beijoca da vossa
Rosarinho
8/19/2007
8/17/2007
MAS PELO MENOS FAZEM-ME SENTIR TURISTA
Aveiro este ano está, de facto, cheia de turistas. Acho que nunca tinha visto tantos por cá ao mesmo tempo.
Nos restaurantes, as famílias espanholas a falar alto, com os putos aos berros para comer a sopa, fazem-nos sentir num filme do Joselito.
Os japoneses fotografam azulejos da Primus Vitória com meia dúzia de anos, como se aquilo fosse património da humanidade.
Há filas intermináveis para dar uma voltinha de moliceiro a motor.
Mas o pior foi ir comprar meia dúzia de carcaças à pastelaria onde já vou há anos e o palerma, de tão embasbacado, dizer-me que - "aí está, bem servidinho, para não sair daqui a dizer mal da terra!" - depois de me ter explicado o nome de todos os pães que tinha no balcão sem eu ter perguntado nada. Ainda pensei responder-lhe - "Oh palhaço! Quando tu chegaste da Venezuela já eu cá morava!" - mas é melhor aguentar e esperar pacificamente o Outono.
Nos restaurantes, as famílias espanholas a falar alto, com os putos aos berros para comer a sopa, fazem-nos sentir num filme do Joselito.
Os japoneses fotografam azulejos da Primus Vitória com meia dúzia de anos, como se aquilo fosse património da humanidade.
Há filas intermináveis para dar uma voltinha de moliceiro a motor.
Mas o pior foi ir comprar meia dúzia de carcaças à pastelaria onde já vou há anos e o palerma, de tão embasbacado, dizer-me que - "aí está, bem servidinho, para não sair daqui a dizer mal da terra!" - depois de me ter explicado o nome de todos os pães que tinha no balcão sem eu ter perguntado nada. Ainda pensei responder-lhe - "Oh palhaço! Quando tu chegaste da Venezuela já eu cá morava!" - mas é melhor aguentar e esperar pacificamente o Outono.
8/16/2007
PRECISO DE FÉRIAS (VERSÃO ÉNE)
Hoje escrevi num documento que ia entregar a um utente "tensão alta" em vez de "cópia autenticada". Reparei a tempo.
Hoje atendi um homem que ia queixar-se de alguém que lhe chamou "cabrão" e "filho da puta" e tive um ataque de riso nervoso.
Hoje passei o dia todo com a sensação de estar a trabalhar desde sempre.
Hoje passei o dia todo com a sensação de ter mãos enormes. Depois olhava e afinal não tinha.
Hoje soube que uma colega de trinta anos teve um AVC e ficou paralisada do lado direito. Não tive coragem para tomar um único café a arrastei-me todo o dia.
Hoje voltei a não almoçar e só dei por ela à noite quando vi que tinha fome.
Hoje alguém me disse que a cada dia que passa eu estou com um ar mais abatido. Foi muito simpático.
Hoje concluí que nunca mais vou de férias tão tarde. Como diz alguém que eu conheço, em Setembro já vamos "de gatas".
8/15/2007
A ÚNICA COISA QUE ACONTECEU HOJE NO MEU PEQUENO MUNDO
Hoje estava na caixa dum supermercado quando entrou um homem a perguntar ao empregado da caixa ao lado se tinha visto uma carteira. Ele respondeu que sim e que quem a tinha levado tinha sido o cliente que estava a seguir na fila. - "Perguntei-lhe se a carteira era dele e ele disse que sim!" -Então o homem correu para a porta a ver se ainda o conseguia apanhar. Uns segundos mais tarde já lá estavam os dois. E o que tinha levado a carteira a dizer:
- Foi ele (o empregado da caixa) que ma entregou! Eu só aceitei!
- Foi ele (o empregado da caixa) que ma entregou! Eu só aceitei!
Depois abriu a "mariconera" (peço desculpa aos clientes que eventualmente se possam ofender mas só conheço esse nome para aquele objecto) e reforçou o seu argumento:
- Está a ver? Eu até a guardei aqui mesmo em cima das outras coisas! - como se o facto de a carteira do outro estar por cima significasse que, de qualquer modo, ainda não fazia oficialmente parte dos seus pertences.
- Está a ver? Eu até a guardei aqui mesmo em cima das outras coisas! - como se o facto de a carteira do outro estar por cima significasse que, de qualquer modo, ainda não fazia oficialmente parte dos seus pertences.
Os restantes clientes (nos quais se incluía a vossa padeira) demoravam-se a meter as coisas nos sacos e olhavam de soslaio a apreciar o "pratinho". Mas discretamente, porque foi num supermercado onde só vai gente bem.
Foi giro e isso. E eu também só contei isto porque depois de um dia feriado em que mais não fiz do que dormir, acordar, voltar a dormir, comer e ir comprar umas cenas para fazer um bolo, não tenho qualquer outro assunto. Só por isso.
8/14/2007
QUASE
Apareceu-me um dia destes uma senhora de aspecto mirrado que ia tratar dum documento do marido. Levava o bilhete de identidade dele.
Eu: Mas a senhora então tem que levar isto para ele assinar. Depois volta cá.
Ela: Ele não sabe assinar! As senhoras que trabalham nas repartições costumam fazer o jeitinho e deixam-me assinar por ele! Fazem-me esse favorzinho! Faça lá também! Ande lá! Ande lá!
Detesto pessoas que rastejam. Talvez com a mesma força com que abomino arrogantes. Comecei a ficar com náuseas. Pedi-lhe para ver os documentos do marido. De facto, tratava-se duma pessoa com o carimbo "Não sabe assinar" no Bilhete de Identidade, mas todos os restantes documentos assinados. Com o nome dele. Incluindo uma carta de condução de motociclos.
Eu: Mas, minha senhora, como é que o seu marido não sabe assinar para o BI mas sabe assinar para os outros documentos todos?
Ela: Sou eu que assino tudo! Ande lá! As senhoras costumam fechar os olhos e fazem o jeitinho! São muito boas pessoas! Faça lá o favorzinho!
A mulher enterrava-se mais e ia diminuindo aos meus olhos duma forma tão assustadora que me pareceu urgente resolver o assunto antes que ela desaparecesse por completo. Mandei-a assinar a rogo, mas com o nome dela. Como deve ser.
Por curiosidade, ainda fiz mentalmente umas contas. Aquele homem que oficialmente "Não Sabe Assinar", tem a minha idade menos uns pós.
Este país é singular e tem tiques únicos. Uma administração pública com mais bolor do que um pão de quinze dias e que em vão se tenta mudar com um simplex que ninguém cumpre, enquanto finta o cidadão nas suas aspirações mais banais, permite, por caridade e pena dos pobrezinhos, que alguém que não sabe assinar tenha todos os documentos assinados menos aquele que o identifica. De forma fraudulenta e com a benção de todos. Continuamos a oscilar entre o bafo podre da miséria salazarenta e a tentativa de esticar os braços e chegar ao mundo civilizado. Mas fica sempre a faltar... um bocadinho assim!
8/13/2007
HISTÓRIA PARA OS LEITORES MAIS NOVOS QUE NÃO CONHECERAM ESTES TEMPOS ANTIGOS
No tempo em que não era vulgar mandar os professores à merda e nem era bom pensar em mandar as mamãs lá à escola dar-lhes uns estalos como hoje, eu tive aquela que talvez tenha sido a professora mais cabra de toda a história da lusa pátria. Mas a sério, a mulher era tão cabra que bastava um olhar dela para nos alterar todo o ciclo hormonal e nos fazer vir o período mais cedo! Bastava um reparo dela para provocar desarranjos intestinais! Bastava a presença dela para que nem a respiração dos alunos se ouvisse durante os cinquenta minutos da ordem.
Posso dizer verdadeiramente que nada aprendi com aquela mulher além de subterfúgios. Com ela, aperfeiçoámos a técnica de sair pela janela a meio duma aula no mais perfeito silêncio (o que fazíamos em grande escala quando a aula calhava ser na sala do rés-do-chão) e pouco mais. Fazíamo-lo apenas pelo prazer de ouvir depois pela boca dos que lá ficavam, os relatos do ar alucinado da bruxa de cada vez que se virava e via a sala mais vazia sem perceber muito bem como. Era a nossa professora de Antropologia, disciplina de opção do 10º ano, que com ela não tardava a saber amargamente a arrependimento, embora tarde demais.
Durante todo o ano lectivo, só uma vez vi uma aluna enfrentá-la cara a cara, episódio que logo se espalhou como notícia fabulosa por toda a escola e transformou a autora da avaria numa espécie de mito. Foi quando, numa aula horrivelmente maçadora como todas, enquanto se explicava a evolução da espécie humana, a Rosinha bocejou precisamente no instante fatal em que a professora estava a olhar para ela. Imediatamente interrogada sobre a razão de ser de tão ousada atitude e perante o espanto de toda a classe, a Rosinha encostou-se para trás na cadeira e, com o ar de fastio mais genuíno que pôde arranjar, respondeu num tom arrastado:
-Ah Professora, sei lá!... É que, disso tudo que está para aí a dizer, só me interessa mesmo o "homo erectus"!...
HOJE É TUDO EM "PÊS"... COMO EM P... QUE P... ISTO TUDO
Olá queridos clientes, cá estou eu para os comentários da semana e garanto-vos uma coisa, isto em Agosto é mesmo uma seca. Não acontece nada e o pouco que acontece já é por si tão bandalheira que nem dá para abandalhar mais. Além disso, a sensação de estar a falar para o boneco é sempre grande, mas o amor à arte é isto mesmo. Vamos ao que interessa:
1- PARAFILIAS: A RTP agora deu em passar programas específicos para gente com taras esquisitas em horário nobre e no canal principal. Touradas! A sério! Ou é do calor, ou da falta dele, ou então das duas coisas. A silly season que acabe depressa porque, tendo em conta que para aí uns 0,001% da população gosta efectivamente de ver um palhaço de lantejoulas a provocar um boi, mais dia menos dia estão a passar filmes sobre gajos que gostam de levar pontapés nos tomates logo a seguir à Herança de Verão e antes das Paixões Proibidas. Ou coisa pior!...
2- POPULARIDADES: Já a transmissão da Volta a Portugal em Bicicleta está bem escolhida, o povo aprecia, e eu posso dizer que tenho seguido atentamente todas as etapas. Não a corrida em si, claro, nem sequer sei o nome do gajo que vai à frente (ou de qualquer outro). Agora, a palhaçada que eles vão montando em cada terrinha por onde vão passando, isso sim, é de almanaque! Ele é passatempos em que o pessoal tem que rastejar 50 km para ganhar um saco de plástico com umas merdas lá dentro, ele é música da boa com as respectivas coironas em fundo a abanar as celulites… e hoje tivemos até direito a um discurso do Major Valentim sobre o tema de sempre (a elite de Lisboa, que eu não estou ao corrente do que seja mas também não sou tão esperta como ele), seguido de uma modinha dançada sobre o mesmo tema. É bem, é muito bem!
3- PIADAS: O verão tem destas coisas, as pessoas ficam com o sentido de humor mais apurado. Paulo Macedo, por exemplo, que é director-geral dos impostos, veio dizer mais uma vez que a classe política em Portugal ganha mal. Pronto, é como aquelas anedotas de loiras, estão sempre a repeti-las mas têm sempre graça! E como agora não há mais nada, os jornais publicam-nas.
4- PARA QUÊ? Um dia destes deu-me a sensação que o Luís Figo (sim, esse mesmo) me tinha estado pedir dinheiro, a mim, ajudante de padaria. Primeiro pensei que tinha sonhado com aquilo e não podia ser verdade. Mas depois voltei a ver o anúncio e confirmei. O Luís Figo anda numa campanha a pedir aos tristes como eu e você, caro cliente, dinheiro para recuperar uma casa qualquer. Mas ele não ganha o suficiente para recuperar uma casa a cada cinco minutos, na boa, e ainda lhe sobrar dinheiro? Porra, pagava aquilo, na discreta, e ainda evitava sujeitar-se àquela figurinha que é estar obviamente a gaguejar umas frases que andou a decorar sabe deus em quantos dias de treino intensivo, demostrando sem sombra de dúvida que nem sequer ficou a perceber o que elas significam! Estamos lixados com esta gente!
E olhem queridos clientes resistentes ao verão, por hoje é tudo. Uma beijoca dupla da vossa
Rosarinho
1- PARAFILIAS: A RTP agora deu em passar programas específicos para gente com taras esquisitas em horário nobre e no canal principal. Touradas! A sério! Ou é do calor, ou da falta dele, ou então das duas coisas. A silly season que acabe depressa porque, tendo em conta que para aí uns 0,001% da população gosta efectivamente de ver um palhaço de lantejoulas a provocar um boi, mais dia menos dia estão a passar filmes sobre gajos que gostam de levar pontapés nos tomates logo a seguir à Herança de Verão e antes das Paixões Proibidas. Ou coisa pior!...
2- POPULARIDADES: Já a transmissão da Volta a Portugal em Bicicleta está bem escolhida, o povo aprecia, e eu posso dizer que tenho seguido atentamente todas as etapas. Não a corrida em si, claro, nem sequer sei o nome do gajo que vai à frente (ou de qualquer outro). Agora, a palhaçada que eles vão montando em cada terrinha por onde vão passando, isso sim, é de almanaque! Ele é passatempos em que o pessoal tem que rastejar 50 km para ganhar um saco de plástico com umas merdas lá dentro, ele é música da boa com as respectivas coironas em fundo a abanar as celulites… e hoje tivemos até direito a um discurso do Major Valentim sobre o tema de sempre (a elite de Lisboa, que eu não estou ao corrente do que seja mas também não sou tão esperta como ele), seguido de uma modinha dançada sobre o mesmo tema. É bem, é muito bem!
3- PIADAS: O verão tem destas coisas, as pessoas ficam com o sentido de humor mais apurado. Paulo Macedo, por exemplo, que é director-geral dos impostos, veio dizer mais uma vez que a classe política em Portugal ganha mal. Pronto, é como aquelas anedotas de loiras, estão sempre a repeti-las mas têm sempre graça! E como agora não há mais nada, os jornais publicam-nas.
4- PARA QUÊ? Um dia destes deu-me a sensação que o Luís Figo (sim, esse mesmo) me tinha estado pedir dinheiro, a mim, ajudante de padaria. Primeiro pensei que tinha sonhado com aquilo e não podia ser verdade. Mas depois voltei a ver o anúncio e confirmei. O Luís Figo anda numa campanha a pedir aos tristes como eu e você, caro cliente, dinheiro para recuperar uma casa qualquer. Mas ele não ganha o suficiente para recuperar uma casa a cada cinco minutos, na boa, e ainda lhe sobrar dinheiro? Porra, pagava aquilo, na discreta, e ainda evitava sujeitar-se àquela figurinha que é estar obviamente a gaguejar umas frases que andou a decorar sabe deus em quantos dias de treino intensivo, demostrando sem sombra de dúvida que nem sequer ficou a perceber o que elas significam! Estamos lixados com esta gente!
E olhem queridos clientes resistentes ao verão, por hoje é tudo. Uma beijoca dupla da vossa
Rosarinho
8/12/2007
8/10/2007
8/09/2007
TRÊS COISAS QUE ME CHATEIAM
Não estar de férias 1: E estes gajos passarem à minha janela umas dez vezes por dia. Quando tiver tempo dou uma volta naquilo para ouvir o que dizem quando lá passam, a ver se é - "E à vossa esquerda podem ver uns infelizes que, apesar de tudo, gostavam de estar no vosso lugar..."
Não estar de férias 2: Entrar num gabinete qualquer cheia de stress e de trabalho, a ter que substituir uns catorze colegas, e ver um gajo a ler o jornal e a fazer uns comentários sobre as novas aquisições do Benfica. Pior. A querer partilhar comigo esses comentários e eu cheiinha de vontade de o mandar para um sítio que começa por "c", acaba em "o" e pelo meio tem dois "a", um "r", um "l" e um "h".
Não estar de férias 3: Sair do emprego mais morta que viva depois de nove horas seguidas, ir comprar um frango a correr para fazer um jantarito rápido e por baixo vir esta "oferta". E é verdade, não é só publicidade.
8/08/2007
GRANDE M... PERDA!
Lili Caneças, esse grande marco da nossa cultura, ameaça abandonar o país. Eu sei, eu sei, a única coisa hilariante aqui é o uso da palavra "ameaça". Mas que querem? Ando cansada e sem assunto.
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Podemos sempre assinar uma petição a pedir-lhe que fique. Estão tão em voga, as petições online e isso... E assinar é o contrário de não assinar...
8/07/2007
ONTEM CORREU-ME O DIA MAL
E hoje ainda estou na ressaca.
Pronto. Não interessa a ninguuém mas já disse.
Pronto. Não interessa a ninguuém mas já disse.
8/06/2007
Olá amores. Ora cá estou eu mais uma vez, no mês mais pateta do ano, a resistir a tudo e a todos para vos trazer as novidades e comentários políticos e culturais, fresquíssimos, mesmo que muitos prefiram olear as carnes e pôr-se a tostar na praia do que se cultivar comigo. Ingratos! Mas pronto, profissional é profissional até morrer. Para as duas pessoas que em média me lêem em Agosto, cá vai:
1- Esta semana celebrou-se uma data importantíssima: os cem anos de escutismo. O que isso é ao certo não sei. Só sei que são uns gajos de lencinho e chapéu que costumam ir nas procissões. Além disso, também sei que cerca de 10.000 estiveram reunidos num acampamento em Idanha-a-Nova e, diz-se, o fedor a ganza chegou a Castelo Branco e mesmo a Cáceres, Guarda e Portalegre. Continuação de bons e alegres acampamentos é o que eu lhes desejo.
2 – A directora do Museu Nacional de Arte Antiga levou um chuto no cu. Eu sei, isto não é notícia. Notícia é isto ser notícia. Anedota, é dizerem por aí que a chavala foi uma vítima do estalinismo. Porra! Quando ela nasceu já o Estaline tinha morrido há q’anos! Será que ela foi fazer umas sessões de terapia daquelas maradas e descobriu que isso foi numa vida anterior? De qualquer modo também é estranho porque toda a gente que descobre que reincarnou, no caso das mulheres, ou eram a Cleópatra ou a Maria Antonieta. De resto, a mocinha até pode ser super-mega-competente e perceber resmas e palettes de museus, mas na vida real é estúpida como tudo porque até eu, que só fiz o nono, estou farta de saber que quando a gente não concorda com o patrão vai lá dentro ao gabinete, fecha a portinha e diz-lhe. Quando, antes de lhe dizermos, já andamos por aí a peixeirar aos quatro ventos que o gajo é parvo, isso quer dizer que nos estamos tacitamente a despedir. Certo? Olhe querida, a isso chama-se “ética e deontologia profissional”. Caramba, esta gente devia vir falar comigo antes de fazer merda! Há cenas tão básicas!
3 – Quanto vale a dignidade? E agora estão vocês a pensar - “Porra! A gaja hoje está duma profundidade!..” – Por acaso nem é por nada. Estou mesmo. Mas voltemos ao assunto. Quanto vale a vossa dignidade, queridos leitores? Reflictam um bocadinho sobre isto. Acham que se pode quantificar? Valerá 10? 20? 100? Um milhão? Como é que se mede? Impossível, respondem vocês! Mentira, digo eu. A do Marques Mendes, por exemplo, vale 10.000. Dez mil votos, que é o que a região autónoma da Madeira dá ao PSD. Em troca desses 10.000, ele nem se importou de ir até lá, defender o indefensável e ainda ser achincalhado de “pequenote” e “sacana” pelo palhaço oficial do partido, que para ter um bocadinho de credibilidade já devia ter corrido com o gajo há que tempos. Perdia 10.000 lá? Talvez ganhasse uns 20.000 cá. Quem sabe? E eu sei, queridos, que mesmo os PSD’s que me estão a ler concordam comigo, lá no íntimo. Pelo menos os que eu conheço (mas que só dizem o que lhes vai verdadeiramente na alma depois duns momentos de relaxe com a Rosarinho).
E por hoje é tudo. Tenham uma boa semana e aguentem-se à bronca neste mês de romarias e casamentos com buzinas. Já só faltam 25 dias para Setembro.
E fiquem com a beijoca do costume da vossa
Rosarinho
1- Esta semana celebrou-se uma data importantíssima: os cem anos de escutismo. O que isso é ao certo não sei. Só sei que são uns gajos de lencinho e chapéu que costumam ir nas procissões. Além disso, também sei que cerca de 10.000 estiveram reunidos num acampamento em Idanha-a-Nova e, diz-se, o fedor a ganza chegou a Castelo Branco e mesmo a Cáceres, Guarda e Portalegre. Continuação de bons e alegres acampamentos é o que eu lhes desejo.
2 – A directora do Museu Nacional de Arte Antiga levou um chuto no cu. Eu sei, isto não é notícia. Notícia é isto ser notícia. Anedota, é dizerem por aí que a chavala foi uma vítima do estalinismo. Porra! Quando ela nasceu já o Estaline tinha morrido há q’anos! Será que ela foi fazer umas sessões de terapia daquelas maradas e descobriu que isso foi numa vida anterior? De qualquer modo também é estranho porque toda a gente que descobre que reincarnou, no caso das mulheres, ou eram a Cleópatra ou a Maria Antonieta. De resto, a mocinha até pode ser super-mega-competente e perceber resmas e palettes de museus, mas na vida real é estúpida como tudo porque até eu, que só fiz o nono, estou farta de saber que quando a gente não concorda com o patrão vai lá dentro ao gabinete, fecha a portinha e diz-lhe. Quando, antes de lhe dizermos, já andamos por aí a peixeirar aos quatro ventos que o gajo é parvo, isso quer dizer que nos estamos tacitamente a despedir. Certo? Olhe querida, a isso chama-se “ética e deontologia profissional”. Caramba, esta gente devia vir falar comigo antes de fazer merda! Há cenas tão básicas!
3 – Quanto vale a dignidade? E agora estão vocês a pensar - “Porra! A gaja hoje está duma profundidade!..” – Por acaso nem é por nada. Estou mesmo. Mas voltemos ao assunto. Quanto vale a vossa dignidade, queridos leitores? Reflictam um bocadinho sobre isto. Acham que se pode quantificar? Valerá 10? 20? 100? Um milhão? Como é que se mede? Impossível, respondem vocês! Mentira, digo eu. A do Marques Mendes, por exemplo, vale 10.000. Dez mil votos, que é o que a região autónoma da Madeira dá ao PSD. Em troca desses 10.000, ele nem se importou de ir até lá, defender o indefensável e ainda ser achincalhado de “pequenote” e “sacana” pelo palhaço oficial do partido, que para ter um bocadinho de credibilidade já devia ter corrido com o gajo há que tempos. Perdia 10.000 lá? Talvez ganhasse uns 20.000 cá. Quem sabe? E eu sei, queridos, que mesmo os PSD’s que me estão a ler concordam comigo, lá no íntimo. Pelo menos os que eu conheço (mas que só dizem o que lhes vai verdadeiramente na alma depois duns momentos de relaxe com a Rosarinho).
E por hoje é tudo. Tenham uma boa semana e aguentem-se à bronca neste mês de romarias e casamentos com buzinas. Já só faltam 25 dias para Setembro.
E fiquem com a beijoca do costume da vossa
Rosarinho
8/03/2007
E BOM FIM-DE-SEMANA!
Com muita qualidade de vida...
Muito boa disposição...
e já agora pronto, bom tempo.
Muito boa disposição...
e já agora pronto, bom tempo.
FATUM
Conheci em tempos uma cigana. Quando eu digo conhecer, quer dizer que foi conhecer mesmo, do tipo passar por ela na rua e dizer boa tarde dona não sei quê, o que, deixemo-nos de tretas, não é habitual. Mas aquela, por motivos que não vêm ao caso, posso mesmo dizer que era uma conhecida minha.
Essa cigana tinha, como é tradição, muitos filhos. Sete, para ser mais precisa. Depois do desmame do sétimo, e sob a influência das senhoras que conhecia, descobriu que a vida não tem que ser toda passada necessariamente com um ou mais catraios agarrados às saias e resolveu, numa atitude quase revolucionária, parar por ali. Efectuadas as necessárias negociações familiares, com a devida autorização do macho (que primeiro se certificou que o processo não inviabilizaria o poder “servir-se” da sua mulher como era seu direito), com a tolerância da sogra e do resto do clã, apresentou-se no Hospital D. Pedro V para se submeter a uma laqueação de trompas, o que foi prontamente considerado “razoável” pelos doutores encarregados de analisar o pedido.
A intervenção (que naquele tempo e nos serviços públicos de saúde se limitava a um corte que separava as trompas do resto do equipamento) teve lugar e a vida continuou como de costume, apenas no caso dela com menos uma gravidez a seguir a outra.
Só que um belo dia, decorridos que estavam uns dois anos, ela apareceu um pouco mais larga que o habitual.
- Então?
- Ai D. ****! Não é que estou outra vez de barriga?
- Mas como?!
- O doutor já me explicou! A natureza não se dêxou enganar… e ajuntou-me outra vez as partes cá em baixo! Aiii!!!
Essa cigana tinha, como é tradição, muitos filhos. Sete, para ser mais precisa. Depois do desmame do sétimo, e sob a influência das senhoras que conhecia, descobriu que a vida não tem que ser toda passada necessariamente com um ou mais catraios agarrados às saias e resolveu, numa atitude quase revolucionária, parar por ali. Efectuadas as necessárias negociações familiares, com a devida autorização do macho (que primeiro se certificou que o processo não inviabilizaria o poder “servir-se” da sua mulher como era seu direito), com a tolerância da sogra e do resto do clã, apresentou-se no Hospital D. Pedro V para se submeter a uma laqueação de trompas, o que foi prontamente considerado “razoável” pelos doutores encarregados de analisar o pedido.
A intervenção (que naquele tempo e nos serviços públicos de saúde se limitava a um corte que separava as trompas do resto do equipamento) teve lugar e a vida continuou como de costume, apenas no caso dela com menos uma gravidez a seguir a outra.
Só que um belo dia, decorridos que estavam uns dois anos, ela apareceu um pouco mais larga que o habitual.
- Então?
- Ai D. ****! Não é que estou outra vez de barriga?
- Mas como?!
- O doutor já me explicou! A natureza não se dêxou enganar… e ajuntou-me outra vez as partes cá em baixo! Aiii!!!
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