As mulheres a conduzir:
No geral são como os homens, irritantes, excepto alguns detalhes mais irritantes.
Os homens quando fazem merda, ou vêem que o outro tipo lhes está a facilitar a vida, costumam levantar a mão num gesto que se tornou sinal universal de desculpas/agradecimentos. É tipo "epa, sorry" ou "epa, gracias". É quanto basta para cortar a road-rage. As mulheres nunca agradecem, são as senhoras da rua.
A estacionar são umas cabras. Um tipo vê outro a sair, faz o pisca e espera para estacionar. Se vier um homem que não repare, dá-se uma apitadela amistosa, o outro levanta a mão, nós levantamos a mão num ok tudo bem, ele recua e estacionamos. As senhoras estacionam, não ouvem apitadelas, nem o que às vezes lhes chamam. Fecham o carro, empinam o nariz e lá vão com uma cara de era só o que faltava, um lugar tão bom e eu ia mesmo desperdiçá-lo.
Houve uma estatística parva aqui há anos, feita por um tipo que foi deportado para a Sibéria, que dizia que as mulheres tinham menos acidentes, logo eram melhores condutoras. Houve até seguradoras, que faliram por baixar os prémios caso o tomador fosse uma ela. Ora as mulheres não são melhores condutoras, têm até muito mais acidentes, são é, em geral, menos graves porque como não sabem meter a segunda andam devagar - os homens batem menos, quando batem nem a caixa negra se aproveita e fica o assunto resolvido. Mas, os acidentes provocados pelas mulheres, se contabilizarmos o tempo perdido nas seguradoras (porque elas nunca se dão como culpadas, porque a estatística tal e coiso) saem muito mais caros a toda a gente em tempo e calmantes.
As mulheres sabem que o botanito que acende os 4 piscas é para uma emergência. O conceito de emergência é que é muito vasto. Entupir uma rua para marcar hora no cabeleireiro. Parar no passeio em cima duma passadeira para ir ao cabeleireiro. Enfim, cada vez que param é uma emergência, o pessoal espera que apareça alguém a esvair-se em sangue e sai uma garina com duas camisas da lavandaria ou dois gaiatos da creche. Quando não ficam a testar a paciência da fila, a discutir porque é que o Quinzinho deixou a Quinzinha. Os homens também param em locais impróprios, mas não ligam lá os piscas. É tipo roleta, ou se é multado ou não, mas não se anda a fingir que morreu gente só para ir ao multibanco.
Não sei se deva falar nos telemóveis. Os homens também os usam ao volante, embora não andem com eles como se estivessem colados com supercola3 à orelha. Mas junte-se a isso o cigarrito e o retoque da maquilhagem e conclui-se que duas mãos não bastam. Felizmente que as senhoras, sensatamente, param para fazer isso, geralmente nos semáforos. Mas depois não arrancam, até a buzinaria ser tão grande que percebem que são elas, e aí, costumeiramente, saem disparadas com o laranja já a mudar para vermelho deixando todos os outros pendurados.
As mulheres nunca lêem o livro de instruções, nem sabem onde está. Quando acende uma luzinha vermelha no painel telefonam ao marido a dizer que o carro tem uma avaria. O desgraçado lá vai a correr, para descobrir que foi uma porta que ficou mal fechada. Quando regressa ao trabalho, se gosta da esposa diz que as mulheres são todas umas estúpidas que metem dó, se não gosta diz que ela fechou mal uma porta.
Os homens são muito acusados de estar sempre a mimar os carros, lavá-los com jogos de escovinhas e cotonetes, usar produtos específicos para as jantes, para os pneus, para os plásticos, para os estofos, para o escape, para os vidros por dentro, para os vidros por fora (é diferente), pôr cera, polir, aspirar, ver a pressão dos pneus seis vezes ao dia, e por isso alguma mulher disse que o carro é uma extensão do pénis. Pela maneira como as senhoras tratam os popós, sempre cheios de tralha e cobertos duma camada de merda de pardal com pó, se forem uma extensão da vagina não adianta muito pôr um Brise na sofagem.
E pronto, fui mauzinho.